Mercado de biológicos no Brasil: dados atuais e estimativas de mercado
- 20/05/2024
O mercado de produtos biológicos está crescendo exponencialmente no Brasil, impulsionado pela crescente demanda mundial por uma agricultura mais produtiva e sustentável.
Números recentes mostram que os bioinsumos conquistaram a preferência dos produtores brasileiros, e essa tendência vem se consolidando nos últimos anos. O Brasil já é um dos maiores produtores e consumidores desses insumos agrícolas, que são desenvolvidos a partir de ingredientes ativos naturais.
Esses ativos, geralmente de baixa toxicidade, são formulados para eliminar pragas específicas sem prejudicar o meio ambiente. Com isso, permitem a preservação de insetos benéficos nas lavouras (inimigos naturais) e reduzem a dependência de aplicações constantes de outros produtos.
Explore o potencial dos bioinsumos e descubra como eles podem transformar sua produção agrícola, tornando-a mais eficiente e ecológica.
Nos últimos 5 anos, a taxa anual composta de crescimento, do mercado brasileiro de biopesticidas foi de 45%, enquanto para os agrotóxicos foi de 6%. “A área tratada com controle biológico em 2022, no Brasil, foi de 70 milhões de hectares. É um crescimento espetacular, principalmente pela facilidade de aplicação e custos desses produtos”, destaca o pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente.
Os dados de mercado de bioinsumos são periodicamente coletados em grandes empresas do setor pela Croplife. Recentemente (2023) foi divulgado um estudo (CropLife e S&P Global) projetando um valor de R$ 17 bilhões para o mercado de bioinsumos até 2030, com taxa de crescimento entre 2022 e 2023 de 23%.
Estimativa da evolução do mercado de biodefensivos no Brasil. Fonte: IHS Markit, 2021.
O mercado de defensivos biológicos movimentou US$ 827 milhões na safra 2022/23, uma alta de 52% em relação ao ciclo anterior, quando o segmento atingiu US$ 547 milhões.
Segundo o levantamento FarmTrak Bioinsumos, da Kynetec, na safra 2022/23, esses produtos chegaram a 33% da área plantada de soja. Os defensivos biológicos cobriram, também, 50% da cana-de-açúcar e 40% do milho safrinha.
Dados do Ministério da Agricultura obtidos pela Globo Rural mostram que, até o primeiro semestre de 2023, o Brasil liderava o ranking de adoção de defensivos biológicos, bioestimulantes e biofertilizantes. No caso do controle biológico, mais de 55% das lavouras já tinham algum tipo de biodefensivo. Na União Europeia, a aplicação de biológicos ocorreu em 23% das plantações, e na China, a terceira colocada na lista, em 8%.
O número de produtos biológicos registrados no Brasil passou de 1 em 2005, para 616 em 2023. Só durante o ano de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) junto aos órgãos competentes registraram 90 produtos de baixo impacto (produtos de origem biológica, produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica, produtos semioquímicos e reguladores de crescimento).
Culturas agrícolas com uso de defensivos biológicos
Dados de 2022 da Spark Inteligência Estratégica mostram que, as maiores áreas que fazem o controle biológico no Brasil foram soja com cerca de 20 milhões de hectares; seguida pelo milho com 9,8 milhões de hectares; a cana-de-açúcar com 6,6 milhões de hectares. Na sequência aparece o café (0,4 milhão de ha) e outras culturas (4,1 milhões de ha).
Para o controle de nematoides, os produtos biológicos representaram na safra 2021/2022, 55%, 94% e 100% do mercado de nematicidas vendidos para cana-de-açúcar, soja e milho, respectivamente.