Cloro e molibdênio: a importância desses nutrientes na fertilidade do solo
- 02/03/2023
O cloro é um dos elementos mais abundantes na superfície da terra e existe na natureza como íons, compostos orgânicos e sais de cloreto de cálcio, magnésio, potássio e sódio. Está predominantemente na forma iônica cloreto (Cl-), e também na forma de cloro orgânico, quando incorporado em restos culturais, microrganismos ou outros seres vivos. Ambas as formas que o nutriente se apresenta no solo são importantes para entender sua disponibilidade, além de sua dinâmica dentro dos solos.
O cloro tende a se distribuir de maneira uniforme pelos solos, uma vez que apresenta carga negativa – que justifica ser repelido pela CTC do solo. E, mesmo nas cargas positivas, o cloro não se liga de maneira forte, uma vez que apresenta apenas uma carga negativa, e portanto, é menos retido que os demais ânions de maior carga. Além disso, o cloro dificilmente forma compostos estáveis com o material mineral dos solos.
O cloro tende a seguir de maneira bastante direta o fluxo de água no solo, podendo ocupar as camadas mais profundas quando o regime pluvial é mais elevado, e ocupando as camadas mais superficiais quando a evaporação e transpiração das plantas apresenta um volume de água mais elevado que o cenário anterior. Desta maneira, a principal forma de perda de cloro nos sistemas se dá pela lixiviação, especialmente quando este se apresenta na forma iônica.
O aumento de pH tende a aumentar a disponibilidade deste nutriente no sistema, por permitir que a CTC se desocupe de íons como alumínio, além de permitir que grande parte da CTA – que retém o Cl – se transforme em CTC, colocando-o em solução.
A adubação com cloro, visando este nutriente, não é algo comum, mas devido à dois fatores principais:
- O cloro está presente em grande quantidade no adubo KCl, o qual apresenta, em média, 40% de cloro em sua composição, e, apesar de ser colocado visando o fornecimento de potássio, supre as necessidades dos vegetais também de cloro.
- O cloro está presente nas águas de irrigação, e em diversos sistemas de tratamento, e a quantidade necessária pelas plantas pode ser suprida em parte por esta razão em sistemas irrigados.
Já o molibdênio é um nutriente que está presente na maior parte dos solos, de acordo com o mineral que deu origem aos mesmos. As rochas sedimentares normalmente apresentam maiores quantidades desse elemento. A matéria orgânica também é uma importante fonte de Mo para os solos, e este é disponibilizado de acordo com a decomposição da mesma durante seu ciclo.
Apesar de estar presente em diversos minerais, normalmente apresenta baixas concentrações totais nos solos. Contudo, sua mobilidade se dá de forma semelhante ao cloro, uma vez que a influência do pH acaba por aumentar a disponibilidade desse nutriente.
A adubação com Mo é mais comum para as leguminosas, e é realizada, normalmente, no tratamento de sementes. Esse nutriente se mostra fundamental para a fixação biológica de nitrogênio, formando importantes enzimas que permitem com que as bactérias desempenhem sua função corretamente.