Principais doenças da cultura do milho
- 27/01/2025
A cultura do milho é uma das mais importantes para a agricultura mundial, desempenhando papel crucial na alimentação humana e animal, além de servir como matéria-prima para diversos setores industriais. Contudo, as doenças que afetam essa cultura representam um desafio constante, podendo comprometer significativamente a produtividade e a qualidade dos grãos. Este artigo explora as principais doenças da cultura do milho, os danos causados à produção e os fatores que influenciam sua severidade.
Principais Doenças da cultura do milho
1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis e C. sorghi f. sp. maydis)
- Fase: Principalmente durante o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo.
- Sintomas: Manchas cinza retangulares a irregulares paralelas às nervuras. Em infecções severas, pode ocorrer acamamento.
- Identificação: Presença de lesões típicas em folhas e acamamento em estágios avançados.
- Manejo: Cultivares resistentes, rotação de culturas, adubação balanceada (nitrogênio/potássio) e eliminação de restos culturais.
2. Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)
- Fase: Fase vegetativa e reprodutiva, especialmente em plantios tardios.
- Sintomas: Lesões encharcadas que se tornam necrosadas, com coloração palha.
- Identificação: Lesões ovais de 0,3 a 2 cm nas folhas.
- Manejo: Cultivares resistentes, plantio em épocas adequadas e rotação de culturas.
3. Ferrugem Polissora (Puccinia polysora)
- Fase: Durante todo o ciclo da cultura, em áreas de baixa altitude (<700m).
- Sintomas: Pústulas marrons claras na face superior das folhas.
- Identificação: Lesões características nas folhas.
- Manejo: Uso de cultivares resistentes.
4. Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)
- Fase: Principalmente em temperaturas entre 16-23ºC com alta umidade.
- Sintomas: Pústulas circulares a alongadas em ambas as superfícies das folhas.
- Identificação: Lesões visíveis nas folhas.
- Manejo: Cultivares resistentes.
5. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum e Bipolaris maydis)
- Fase: Fase vegetativa, antes da floração.
- Sintomas: Lesões elípticas cinza ou marrom com margens amareladas.
- Identificação: Presença de lesões longas nas folhas inferiores.
- Manejo: Cultivares resistentes, rotação de culturas e controle de umidade.
6. Antracnose (Colletotrichum graminicola)
- Fase: Após o florescimento e em cultivos de plantio direto.
- Sintomas: Lesões encharcadas que tornam-se marrons a negras no colmo.
- Identificação: Lesões típicas e necrose nas folhas e colmos.
- Manejo: Cultivares resistentes, rotação de culturas e tratamento de sementes com fungicidas.
7. Podridões do Colmo
- Fase: Após a floração e durante o enchimento de grãos.
- Sintomas: Colmos necrosados, plantas tombadas e tecido interno desintegrado.
- Identificação: Lesões no colmo com necrose e desintegração interna.
- Manejo: Cultivares resistentes, controle de densidade de plantio e adubação equilibrada.
8. Enfezamentos (Pálido e Vermelho)
- Fase: Fases iniciais do desenvolvimento da lavoura.
- Sintomas: Encurtamento de entrenós, folhas com estrias esbranquiçadas ou avermelhadas.
- Identificação: Sintomas específicos no crescimento e coloração das folhas.
- Manejo: Cultivares resistentes e alteração na época de semeadura.
9. Podridões de Espigas
- Fase: Fase de maturação.
- Sintomas: Grãos com micélio, podridão branca ou rosada.
- Identificação: Observação direta de grãos infectados e sintomas nas espigas.
- Manejo: Cultivares resistentes, rotação de culturas e eliminação de restos culturais.
Impactos e Danos das Doenças da cultura do milho
1. Redução de Produtividade
Doenças como cercosporiose, ferrugens e helmintosporiose podem causar perdas superiores a 50% em áreas severamente afetadas. Essas enfermidades comprometem a capacidade fotossintética da planta, reduzem o enchimento de grãos e aumentam o risco de acamamento, dificultando a colheita.
2. Qualidade Comprometida
Além da redução na produtividade, existe da perda da cqualidade do produto final. Podridões de espigas, como a causada por Fusarium spp., resultam em grãos ardidos, que possuem baixo valor comercial e podem conter micotoxinas prejudiciais à saúde humana e animal. Além disso, grãos infectados apresentam menor conteúdo de carboidratos e proteínas.
3. Custos de Manejo Elevados
Outro fator relevante é a alevação do custo de produção. A presença de doenças muitas vezes exige a aplicação de fungicidas e o uso de sementes tratadas, aumentando os custos de produção. Além disso, medidas como a rotação de culturas e o controle de restos culturais demandam planejamento adicional.
4. Perdas Econômicas
Conforme mencioando, existem as perdas diretas causadas por redução de produtividade e qualidade dos grãos, somadas às despesas com manejo, resultam em impacto econômico significativo para produtores e indústrias. Em alguns casos, áreas inteiras tornam-se inviáveis economicamente devido à alta severidade de patógenos.
Fatores que Influenciam a Severidade das Doenças da cultura do milho
1. Condições Climáticas
Um dos principais fatores são as condições climáticas. Fatores como temperatura, umidade e precipitação influenciam diretamente o desenvolvimento e a disseminação de patógenos. Por exemplo, altas temperaturas associadas a alta umidade favorecem doenças como ferrugem polissora e podridão de colmo por Fusarium spp.
2. Práticas Culturais
Além do clima, o manejo exerce grande influência na ocorrência de doenças. Plantios sucessivos de milho sem rotação de culturas aumentam o potencial de inóculo presente no solo. Além disso, altas densidades de plantio e adubação desequilibrada (excesso de nitrogênio em relação ao potássio) podem predispor as plantas às doenças.
3. Material Genético Utilizado
Outro fator importante é a escolha do hibrido. Cultivares suscetíveis aos patógenos são mais propensas a apresentar doenças severas. Por outro lado, o uso de cultivares resistentes é uma das ferramentas mais eficientes no manejo de doenças, reduzindo significativamente a severidade e a incidência.
4. Presença de Vetores
Além disso, algumas doenças, como o raiado fino e os enfezamentos pálido e vermelho, são transmitidas por insetos vetores como a cigarrinha Dalbulus maidis. Altas populações desses vetores em fases iniciais da lavoura podem levar a surtos graves.
5. Manejo Inadequado
A falta de monitoramento das lavouras e o manejo inadequado de água e fertilizantes contribuem para o agravamento das doenças. Além disso, a não eliminação de restos culturais pode manter altos níveis de inóculo no campo.
Considerações Finais
Portanto, podemos concluir que as doenças na cultura do milho representam um desafio complexo que exige a integração de diferentes práticas de manejo. Medidas como o uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas e o monitoramento constante são essenciais para minimizar os impactos. A compreensão dos fatores que influenciam a severidade das doenças permite aos produtores adotar estratégias preventivas e sustentáveis, garantindo maior estabilidade produtiva e econômica.
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