Mercado de biológicos deve ultrapassar o de químicos
Nos últimos anos, o setor de bioinsumos no Brasil tem apresentado um crescimento notável. Segundo dados da Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos (ANPII Bio), o mercado movimentou R$ 5,7 bilhões na última safra, com uma área tratada de 156 milhões de hectares.
Além disso, as projeções são ainda mais otimistas: até 2030, esse valor deve ultrapassar R$ 9 bilhões. Esse avanço é impulsionado, principalmente, pela adoção crescente de tecnologias como inoculantes solubilizadores de nutrientes, bioinseticidas e outros produtos biológicos.
Participação Brasileira no Mercado Global
Atualmente, o Brasil já representa 11,3% do mercado mundial de bioinsumos. Quando olhamos para os segmentos de bioinoculantes e biodefensivos, essa participação sobe para 12,6%, com estimativas indicando que pode chegar a 16,4% até 2030.
Esses números reforçam o protagonismo do Brasil em um setor que vem ganhando cada vez mais relevância no cenário agrícola internacional.
Por que os Biológicos Devem Superar os Químicos
Especialistas do setor são unânimes: em até 10 anos, o mercado de produtos biológicos deverá superar o de defensivos químicos no Brasil, tanto em adoção quanto em valor.
Isso ocorre porque os produtores estão cada vez mais em busca de soluções sustentáveis e eficazes no controle de pragas e doenças. Além disso, há um aumento significativo da resistência das pragas aos produtos químicos convencionais, o que pressiona a demanda por novas tecnologias.
Biocontrole em Alta
Um exemplo claro desse avanço é o segmento de biocontrole, que está crescendo 5,3 vezes mais rápido do que o mercado de defensivos químicos. Essa aceleração mostra o apetite do mercado por ferramentas mais eficientes, sustentáveis e que gerem menor impacto ambiental.
O Brasil Como Líder Global em Bioinsumos
Com a maior biodiversidade do planeta e um dos maiores bancos de microrganismos do mundo, o Brasil está se consolidando como uma potência global em bioinsumos.
Investimentos em pesquisa e desenvolvimento têm fortalecido práticas como:
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Uso de inoculantes para fixação biológica de nitrogênio;
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Solubilizadores de fósforo;
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Bioestimulantes que favorecem a saúde do solo e das plantas.
Essas práticas não apenas reduzem a dependência de insumos químicos, mas também promovem a biodiversidade e a sustentabilidade agrícola.
Principais Desafios do Setor de Bioinsumos
Apesar do cenário promissor, o mercado de biológicos ainda enfrenta obstáculos que precisam ser superados para garantir uma adoção mais ampla e eficaz. Entre os principais desafios, podemos destacar:
1. Falta de Informação e Capacitação
Muitos produtores rurais ainda não conhecem os benefícios nem a forma correta de aplicação dos bioinsumos. Essa falta de informação compromete os resultados no campo e gera insegurança na hora da decisão.
2. Tempo de Transição
A substituição de um manejo exclusivamente químico por estratégias híbridas e, posteriormente, totalmente biológicas, pode levar de dois a três anos. Esse período exige planejamento, paciência e investimento.
3. Barreiras Regulatórias
As legislações atuais foram criadas pensando em produtos químicos. Por isso, o setor de biológicos enfrenta lacunas regulatórias, o que dificulta desde o registro de novos produtos até o acesso a linhas de crédito específicas para adoção de tecnologias biológicas.
Capacitação é a Chave para o Futuro
Para que o Brasil siga na liderança global dos bioinsumos, é fundamental investir em capacitação técnica. Profissionais bem informados, atualizados e preparados fazem toda a diferença na hora de aplicar corretamente os produtos biológicos e extrair o máximo de seus benefícios.
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