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Manejo de plantas daninhas em pastagens

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  • 11/09/2024

O manejo adequado de plantas daninhas em pastagens é essencial para garantir a produtividade, qualidade e sustentabilidade do sistema de produção animal. As plantas daninhas competem diretamente com as espécies forrageiras por recursos vitais, como luz, água e nutrientes, o que pode levar a uma significativa redução na capacidade de suporte das pastagens, afetando a rentabilidade da produção pecuária.

Competição por recursos

As plantas daninhas têm capacidade de adaptação e crescimento em condições adversas, muitas vezes superior às forrageiras. Quando presentes em grande quantidade, elas competem com as plantas forrageiras por água, nutrientes e luz, reduzindo o vigor e a produção da forrageira de interesse. Isso leva a uma menor oferta de biomassa de alta qualidade para o gado, comprometendo o ganho de peso, produção de leite e saúde dos animais.

Redução da qualidade nutricional

Além de competir pelos mesmos recursos, a presença de plantas daninhas pode reduzir a qualidade nutricional do capim influenciado no crescimento da forrageira e maior percentual de fibras.

Diminuição da capacidade de suporte

A invasão de plantas daninhas em pastagens geralmente resulta na redução da taxa de lotação, ou seja, da quantidade de animais que a área pode suportar. Quanto mais plantas indesejadas ocuparem o espaço que deveria ser destinado às forrageiras, menor será a quantidade de alimento disponível para os animais, diminuindo a eficiência do sistema de produção.

Presença de plantas tóxicas

Algumas plantas daninhas, como a samambaia (Pteridium aquilinum), são tóxicas para os animais, podendo causar sérios problemas de saúde ou até a morte. O manejo inadequado dessas espécies pode resultar em surtos de intoxicação, aumentando os custos com tratamentos veterinários e perdas de animais.

Degradação das pastagens

A proliferação de plantas daninhas, combinada com o superpastejo e a falta de rotação de áreas, contribui para a degradação das pastagens. Áreas degradadas perdem capacidade de regeneração natural, exigindo investimentos maiores em recuperação, como reformas de pasto, correção do solo e replantio de forrageiras.

Impactos econômicos

Os prejuízos econômicos causados pela presença de plantas daninhas em pastagens vão além da redução da produtividade animal. O controle dessas plantas requer a aplicação de herbicidas, a realização de capinas mecânicas ou manuais, e o monitoramento constante, todos eles custos adicionais que impactam a rentabilidade do produtor. Além disso, a perda de produção pode levar a uma menor rentabilidade por área, afetando a lucratividade do sistema pecuário.

Sustentabilidade do sistema de produção

O manejo adequado das plantas daninhas promove a sustentabilidade das pastagens, garantindo a manutenção da biodiversidade e a longevidade do sistema. A implementação de estratégias preventivas e integradas de manejo contribui para o equilíbrio entre a produção animal e a conservação dos recursos naturais, como o solo e a água, evitando a degradação ambiental e mantendo a capacidade produtiva da área.

Métodos de controle de plantas daninhas em pastagens

O controle de plantas daninhas em pastagens requer uma abordagem integrada, combinando métodos culturais, mecânicos, químicos e biológicos para alcançar maior eficiência e sustentabilidade. Cada método possui suas vantagens e limitações, e a escolha de qual utilizar depende da espécie de planta daninha, do estágio de infestação, das condições da pastagem e dos recursos disponíveis.

Controle cultural

O controle cultural envolve práticas de manejo que promovem o vigor das forrageiras e reduzem as condições favoráveis ao estabelecimento de plantas daninhas. O foco está na prevenção da infestação e na manutenção da saúde das pastagens.

a) Rotação de pastagens

  • A rotação de pastagens com outras culturas agrícolas ou entre diferentes áreas de pastoreio ajuda a interromper o ciclo de vida das plantas daninhas.
  • Culturas de cobertura ou espécies forrageiras de rápido estabelecimento podem suprimir o crescimento de plantas daninhas ao competir por recursos e cobrir o solo.

b) Manejo adequado da lotação

  • Superpastejo (excesso de animais em uma área) enfraquece as forrageiras e facilita a invasão de plantas daninhas.
  • Manter a taxa de lotação dentro dos limites adequados e praticar o descanso de áreas permite a recuperação das forrageiras e impede que plantas indesejadas se estabeleçam.

c) Correção da fertilidade do solo

  • Solos com baixa fertilidade favorecem o desenvolvimento de plantas daninhas em detrimento das forrageiras.
  • A aplicação de corretivos, como calcário e fertilizantes, melhora o crescimento das forrageiras, que competem mais eficazmente com as plantas daninhas.

d) Uso de espécies forrageiras competitivas

  • Plantar espécies forrageiras adaptadas às condições locais, com rápido crescimento e boa cobertura de solo, reduz o espaço disponível para o estabelecimento de plantas daninhas.

Controle mecânico

O controle mecânico utiliza a ação física para eliminar ou reduzir a infestação de plantas daninhas. Esse método pode ser eficiente, especialmente em casos de infestação localizada, mas demanda mão de obra e maquinário adequados.

a) Roçadas

  • A roçada é um dos métodos mais comuns de controle mecânico, especialmente para plantas daninhas de crescimento ereto.
  • É recomendada antes da produção de sementes pelas plantas daninhas, evitando sua dispersão.
  • No entanto, a roçada sozinha não é suficiente para erradicar plantas daninhas perenes, pois muitas delas possuem sistemas radiculares profundos que permitem a rebrota.

b) Capinas manuais

  • A capina manual pode ser eficiente em pequenas áreas ou para controlar focos iniciais de infestação.
  • É especialmente útil para a remoção de plantas daninhas em estágio inicial ou que possuam raízes rasas.
  • Apesar de ser eficaz, a capina manual é trabalhosa e, em áreas grandes, torna-se impraticável como único método.

c) Gradagens e arações

  • Em pastagens recém-formadas ou degradadas, a aração e gradagem podem ser usadas para expor e eliminar raízes e rizomas de plantas daninhas.
  • No entanto, esse método deve ser utilizado com cautela, pois pode expor o solo à erosão e prejudicar a estrutura do solo.

Controle químico

O controle químico é um dos métodos mais eficientes para o manejo de plantas daninhas, especialmente em áreas extensas. O uso de herbicidas deve ser criterioso, considerando o impacto sobre as forrageiras, o ambiente e a segurança dos animais.

a) Herbicidas seletivos

  • Os herbicidas seletivos são projetados para eliminar plantas daninhas específicas sem prejudicar as forrageiras. É importante identificar corretamente a planta daninha para escolher o produto adequado.
  • Herbicidas pós-emergentes são aplicados diretamente sobre a planta daninha em crescimento ativo, enquanto os pré-emergentes atuam antes da germinação das sementes de plantas indesejáveis.

b) Critérios para escolha e aplicação de herbicidas

  • Identificação da planta daninha: A escolha do herbicida correto depende da identificação precisa da espécie a ser controlada.
  • Estágio de desenvolvimento: Plantas daninhas em estágios jovens, antes de florir e semear, são mais facilmente controladas.
  • Condições climáticas: A aplicação de herbicidas deve ser feita em condições adequadas de vento, temperatura e umidade, evitando a deriva para culturas vizinhas e áreas sensíveis.
  • Período de carência: Após a aplicação de herbicidas, deve-se observar o período de carência antes de permitir o pastejo, garantindo a segurança dos animais.

c) Vantagens e desvantagens do controle químico

  • Vantagens: O controle químico é eficiente em grandes áreas e proporciona controle rápido das plantas daninhas.
  • Desvantagens: O uso excessivo ou incorreto pode levar à resistência das plantas daninhas e contaminação ambiental. Além disso, os custos podem ser elevados.

Integração de métodos (Manejo integrado de plantas daninhas – MIPD)

O Manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) combina diferentes estratégias de controle para maximizar a eficácia e minimizar os impactos ambientais. O MIPD envolve:

  • Monitoramento regular da pastagem para detectar o surgimento de plantas daninhas e determinar o melhor momento para intervenção.
  • Rotação e alternância de métodos: a combinação de controle químico com práticas culturais e mecânicas reduz a chance de resistência das plantas daninhas e melhora a saúde do solo e das forrageiras.
  • Planejamento a longo prazo: implementando práticas preventivas, como a melhoria da fertilidade do solo e o uso de espécies forrageiras competitivas, o produtor pode reduzir a necessidade de intervenções químicas e mecânicas constantes.
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