Manejo Integrado de Doenças
- 08/09/2025
As doenças continuam sendo uma das maiores ameaças à produtividade agrícola. Mesmo em sistemas altamente tecnificados, elas ainda são responsáveis por grandes perdas de rendimento, exigindo investimentos cada vez mais altos em controle químico.
Mas será que apenas aumentar o número de aplicações é suficiente?
A resposta é não. Sem uma visão integrada de manejo, o produtor corre o risco de gastar mais e, ainda assim, não obter o controle desejado.
O impacto das doenças na agricultura
As doenças foliares e radiculares comprometem:
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A fotossíntese das plantas → reduzindo a capacidade de produzir energia.
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O enchimento de grãos → afetando diretamente o rendimento.
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O potencial genético da cultivar → impedindo que a planta expresse toda sua produtividade.
Estudos mostram que, dependendo da região e do manejo adotado, as doenças podem causar perdas superiores a 50% da produção.
O que acontece se não controlar de forma eficiente?
Quando o manejo é ineficiente ou baseado em estratégias isoladas:
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Há aumento da severidade das doenças ao longo do ciclo.
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O patógeno se torna mais difícil de manejar nas safras seguintes.
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O produtor perde rentabilidade, pois investe em insumos sem retorno proporcional.
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Existe o risco de resistência dos patógenos aos fungicidas utilizados repetidamente.
Ou seja: não se trata apenas de aplicar um produto, mas de como, quando e com o que aplicar.
O Manejo Integrado de Doenças
O Manejo Integrado de Doenças (MID) é uma abordagem que combina diferentes estratégias de controle – químicas, biológicas, culturais e genéticas – para manter os patógenos abaixo do nível de dano econômico, garantindo eficiência e sustentabilidade.
Principais estratégias de controle de doenças
1. Controle químico
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Base do manejo em muitas lavouras.
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Exige rotação de mecanismos de ação para reduzir resistência.
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Fungicidas sistêmicos e protetores devem ser utilizados de forma complementar.
2. Controle biológico
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Uso de biofungicidas, como Trichoderma e Bacillus, que atuam no solo e na parte aérea.
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Mais efetivos quando aplicados de forma preventiva.
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Podem reduzir a pressão inicial de inóculo e aumentar a eficiência dos químicos.
3. Controle cultural
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Rotação de culturas.
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Manejo de restos culturais e palhada.
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Densidade de plantas e espaçamento adequados para reduzir microclima favorável às doenças.
4. Controle genético
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Escolha de cultivares resistentes ou tolerantes a determinadas doenças.
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Estratégia essencial para reduzir a pressão inicial de patógenos na área.
Como combinar as estratégias na prática?
O segredo do Manejo Integrado é a complementaridade:
1º Exemplo: iniciar a safra com biofungicidas no tratamento de sementes e no solo → reduzir a pressão inicial → usar fungicidas protetores preventivos → associar químicos sistêmicos em momentos críticos.
2º Exemplo: associar cultivares resistentes + rotação de culturas + fungicidas em mistura de mecanismos de ação → maior eficiência e longevidade das ferramentas.
3º Exemplo: em áreas de alta pressão, a integração do biológico com o químico pode reduzir o número de aplicações necessárias, mantendo a lavoura mais equilibrada.
Conclusão
As doenças agrícolas continuarão sendo um desafio para o produtor. Mas, ao invés de buscar uma solução única, é preciso adotar uma visão integrada: químico + biológico + cultural + genético.
Esse é o caminho para reduzir perdas, evitar resistência e proteger a produtividade da lavoura.
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