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Fenologia da Soja: conheça os estágios fenológicos e como identificar no campo

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  • 06/11/2024

Identificar corretamente os estágios fenológicos da soja é essencial para garantir uma condução adequada do manejo da cultura, o que influencia diretamente no aumento da produtividade e na qualidade dos grãos. 

Os estágios fenológicos representam as diferentes fases de crescimento e desenvolvimento da planta, desde a emergência até a maturação. Esse acompanhamento minucioso permite ao agricultor e ao técnico agrícola realizar práticas de manejo no momento ideal, evitando perdas de rendimento e otimizando o uso de recursos.

O que são os estádios fenológicos da soja?

Estádios fenológicos representam as fases de desenvolvimento de uma cultura, caracterizadas pelas mudanças fisiológicas, químicas e físicas das plantas. Na soja, o entendimento dos estádios fenológicos permite acompanhar cada etapa do desenvolvimento da planta, baseado não apenas no número de dias, mas também em características visuais.

Importância dos estádios fenológicos

Como o tempo de cada fase é influenciado por fatores como clima, época de semeadura e cultivar, conhecer os estádios fenológicos ajuda a padronizar o monitoramento do desenvolvimento da soja. Essa padronização é fundamental para planejar práticas de manejo e atender às necessidades da cultura ao longo de seu ciclo.

Estádios fenológicos da soja

A classificação dos estádios fenológicos da soja foi proposta por Fehr e Caviness (1977) e divide o ciclo da planta em estádios vegetativos (V) e reprodutivos (R). Os estádios são numerados após as letras V e R, exceto VE (emergência) e VC (cotilédone), que são identificados por letras.

Estádios vegetativos

Os estádios vegetativos (V) caracterizam o desenvolvimento inicial da planta, que ocorre desde a emergência até o aparecimento da primeira flor. Abaixo, os principais estádios vegetativos da soja:

  • VE (Emergência): ocorre quando os cotilédones emergem acima do solo.
  • VC (Cotilédone): os cotilédones se encontram completamente abertos e expandidos, com as bordas das folhas unifolioladas não se tocando mais.

Para os estádios subsequentes (V1, V2, V3, etc.), as folhas são numeradas a partir do primeiro nó com folhas verdadeiras completamente desenvolvidas. A folha (ou trifólio) é considerada totalmente desenvolvida quando as bordas dos folíolos do nó superior não mais se tocam.

Estágios específicos:

  • V1: Primeiro nó foliar com folhas unifolioladas e opostas; o estágio é atingido quando as bordas dos folíolos do primeiro trifólio não se tocam mais.
  • V2: Segundo nó foliar e primeiro trifólio completamente desenvolvido. Nesta fase, já podem ser observados nódulos na raiz.
  • V3: Presença do terceiro nó foliar e segundo trifólio completamente desenvolvido.
  • V4: Quarto nó foliar e terceira folha trifoliolada completamente desenvolvida. Nesta fase, é possível avaliar a qualidade da nodulação.

A sequência de estádios vegetativos continua (V5, V6, … Vn) até o surgimento da primeira flor, que marca o início dos estádios reprodutivos.

Estádios reprodutivos

Os estádios reprodutivos (R) descrevem o desenvolvimento da soja desde o florescimento até a maturação e são numerados de R1 a R8, divididos em quatro fases principais:

  1. Florescimento (R1 e R2):
    • R1: Primeira flor aberta em qualquer nó da haste principal.
    • R2: Pleno florescimento, com flores abertas na haste principal.
  2. Desenvolvimento de vagens (R3 e R4):
    • R3: Formação de vagens com aproximadamente 5 mm em um dos quatro últimos nós da haste principal.
    • R4: Vagem com pelo menos 2 cm em um dos últimos quatro nós, com formação das “vagens canivete”.
  3. Desenvolvimento de grãos (R5 e R6):
    • R5: Início do enchimento de grãos, subdividido em cinco fases:
      • R5.1: Cerca de 10% de granação em um dos quatro últimos nós.
      • R5.2: Granação entre 11% e 25%.
      • R5.3: Granação entre 26% e 50%.
      • R5.4: Granação entre 51% e 75%.
      • R5.5: Granação entre 75% e 100%.
    • R6: Grãos completamente desenvolvidos, ocupando toda a cavidade da vagem.
  4. Maturação da planta (R7 e R8):
    • R7: Grãos começam a amarelar, indicando início de maturação com vagens em coloração madura.
    • R8: Maturação plena, com 95% das vagens maduras, ideal para colheita em até 10 dias, caso as condições climáticas estejam favoráveis.

Identificar corretamente os estágios fenológicos da soja é essencial para garantir uma condução adequada do manejo da cultura.

Cada fase de desenvolvimento da soja apresenta necessidades específicas em termos de nutrição, irrigação e proteção contra pragas e doenças. 

Por exemplo, o florescimento é um período crítico para a definição do potencial produtivo, pois o estresse hídrico ou nutricional nesse momento pode reduzir o número de vagens formadas. 

Além disso, a correta identificação dos estágios permite a aplicação assertiva de insumos, como fertilizantes e defensivos, evitando desperdícios e melhorando a eficiência das operações. 

Durante o estágio vegetativo, por exemplo, é o momento ideal para o controle de pragas iniciais e a suplementação de nutrientes essenciais para o desenvolvimento foliar. Já nos estágios reprodutivos, um acompanhamento preciso é crucial para aplicar produtos que auxiliem no enchimento dos grãos, fase em que a planta demanda altos níveis de nutrientes para alcançar o máximo potencial de produtividade.

Outro aspecto importante é o planejamento da colheita. A identificação correta do estágio de maturação plena permite colher a soja no momento ideal, quando os grãos atingem a umidade recomendada para evitar perdas na qualidade. Colher no ponto certo garante grãos com maior vigor e qualidade, além de reduzir perdas de produtividade causadas por atrasos.

Em suma, saber identificar os estágios fenológicos da soja é uma prática estratégica que permite ao agricultor antecipar necessidades da cultura, evitar prejuízos e aproveitar ao máximo o potencial produtivo da lavoura. É um conhecimento essencial para qualquer profissional que deseja conduzir a cultura de forma técnica e otimizada, maximizando os resultados e promovendo uma agricultura mais eficiente e sustentável.

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