Doenças da soja: ocorrência, sintomas e danos.
- 02/12/2024
As doenças de plantas representam um dos maiores desafios para a produtividade agrícola. Na cultura da soja, a presença de patógenos pode comprometer gravemente o rendimento e a qualidade da produção. Esses impactos variam de acordo com a severidade da doença, o estágio de desenvolvimento da planta e as condições ambientais. Além disso, as doenças não apenas aumentam os custos de produção, mas também reduzem a eficiência do manejo e prejudicam a competitividade do agricultor no mercado.
Patógenos Vegetais: Biotróficos x Necrotróficos
Os patógenos de plantas podem ser classificados em duas categorias principais, de acordo com o modo como parasitam o hospedeiro:
- Patógenos biotróficos:
Esses organismos dependem de células vivas para completar seu ciclo de vida. Exemplos incluem fungos como Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja. Os biotróficos estabelecem uma relação íntima com o hospedeiro, minimizando os danos iniciais para prolongar a interação. Nesse caso, o manejo deve priorizar ações preventivas, uma vez que a infecção ocorre antes que os sintomas se tornem visíveis. - Patógenos necrotróficos:
Diferentemente dos biotróficos, esses patógenos matam as células do hospedeiro e se alimentam do tecido morto. Um exemplo clássico é o Sclerotinia sclerotiorum, causador do mofo-branco. Devido à sua agressividade, eles causam danos extensos em um curto período. Para combatê-los, é necessário adotar práticas culturais associadas ao uso de fungicidas curativos, buscando reduzir sua disseminação e impacto.
Essas distinções no comportamento dos patógenos afetam diretamente as estratégias de manejo. Enquanto os biotróficos demandam a prevenção como foco principal, os necrotróficos exigem uma combinação de medidas culturais e químicas que reduzam o inóculo no campo.
Danos Causados pelas Doenças
Os danos provocados pelas doenças podem ser diretos ou indiretos:
- Danos diretos: Envolvem alterações visíveis na estrutura das plantas, como necrose, clorose e deformações.
- Danos indiretos: Afetam os processos fisiológicos essenciais, incluindo a fotossíntese, a absorção de nutrientes e a translocação de carboidratos.
Principais Sintomas de Doenças
Os sintomas são a manifestação visível do ataque de patógenos. Eles incluem:
- Clorose: Amarelamento das folhas causado pela destruição da clorofila.
- Necrose: Morte de tecidos, comum em ataques de necrotróficos.
- Manchas foliares: Áreas delimitadas de tecido morto, como observado na mancha-parda (Cercospora sojina).
- Murcha: Colapso de tecidos frequentemente associado a patógenos vasculares.
- Podridão: Degradação de tecidos, característica do mofo-branco.
- Crescimentos anormais: Hiperplasias ou galhas induzidas por patógenos como nematoides.
Fatores que Influenciam as Doenças
A ocorrência e severidade das doenças dependem do que é conhecido como o triângulo da doença, composto por três elementos essenciais:
- Patógeno: Presença de inóculo viável e capacidade de infecção.
- Hospedeiro: Suscetibilidade da planta, determinada por fatores genéticos ou nutricionais.
- Ambiente: Condições favoráveis, como alta umidade, temperatura ideal e densidade populacional inadequada.
Além disso, práticas culturais, como excesso de adubação nitrogenada, manejo de resíduos culturais e rotação de culturas, podem influenciar significativamente o surgimento de doenças.
Principais Doenças da Soja e Estratégias de Controle
- Antracnose (Colletotrichum truncatum):
- Fase crítica: R3-R4 (formação de vagens).
- Sintomas: Manchas negras nas nervuras, hastes e vagens; pontuações negras (acérvulos).
- Danos: Redução de vagens e sementes deterioradas.
- Manejo: Fungicidas específicos e controle cultural.
- Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi):
- Fase crítica: Pode ocorrer em qualquer estágio.
- Sintomas: Pequenos pontos na face inferior das folhas que evoluem para urédias castanho-escuras.
- Danos: Desfolha precoce, redução de rendimento e grãos menores.
- Manejo: Uso preventivo de fungicidas e resistência genética.
- Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum):
- Fase crítica: Florescimento até formação de vagens.
- Sintomas: Manchas aquosas que evoluem para micélio branco e esclerócios pretos.
- Danos: Perdas severas em condições de alta umidade.
- Manejo: Controle cultural e químico integrado.
- Mancha-Parda (Septoria glycines):
- Fase crítica: Duas semanas após a emergência.
- Sintomas: Manchas angulares com halos amarelados.
- Danos: Desfolha severa e maturação precoce.
- Mancha Alvo (Corynespora cassiicola):
- Fase crítica: Vegetativa até formação de vagens.
- Sintomas: Manchas circulares com bordas amareladas.
- Danos: Redução da área foliar, afetando a fotossíntese.
- Podridão Radicular de Phytophthora (Phytophthora sojae):
- Fase crítica: Qualquer estágio da planta.
- Sintomas: Murcha, podridão na haste e morte de plântulas.
- Danos: Redução da população e perdas localizadas.
- Oídio (Microsphaera diffusa):
- Fase crítica: Mais comum no início da floração.
- Sintomas: Cobertura esbranquiçada nas folhas, evoluindo para secagem precoce.
- Danos: Queda de folhas e redução da produtividade.
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