Cultivo do Algodoeiro: Fisiologia, Manejo e Controle de Pragas
- 08/01/2025
O algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum L.) é uma das culturas agrícolas mais relevantes do mundo, sendo cultivado em mais de 100 países. Sua fibra representa aproximadamente 43% das vestimentas globais, além de fornecer subprodutos como óleo e proteína de elevado valor biológico.
Fisiologia da Produção do Algodoeiro
O algodoeiro possui características fisiológicas e bioquímicas que influenciam diretamente seu desempenho. Entre elas, destacam-se:
- Metabolismo Fotossintético C3: Embora eficiente em climas tropicais, apresenta alta taxa de fotorrespiração (chegando a 40% da fotossíntese bruta), o que reduz a produção de matéria seca em relação a plantas C4.
- Crescimento Indeterminado: A planta equilibra recursos entre órgãos vegetativos e reprodutivos, demandando manejo cuidadoso para evitar competição interna.
- Resistência a Estresses: É adaptada a condições adversas, como seca e salinidade, tolerando condutividade elétrica de até 9 dS/m sem perdas expressivas de produtividade.
Ecofisiologia e Interações Ambientais
Nos cerrados brasileiros, o cultivo do algodão requer práticas avançadas para maximizar a produtividade. Nesse contexto, destacam-se:
- Zoneamento Agroecológico: Essencial para definir a melhor época de plantio e mitigar riscos climáticos.
- Adubação Equilibrada: Garante o suprimento de nutrientes, otimizando as interações no solo.
- Rotação de Culturas e Plantio Direto: Aumentam a infiltração de água, reduzem a erosão e promovem a sustentabilidade do sistema.
Manejo de Pragas no Algodoeiro: Desafios e Estratégias
O algodoeiro enfrenta diversos desafios devido à presença de pragas, principalmente sugadoras, que impactam a qualidade da fibra e a produtividade. Entre as principais pragas estão:
- Mosca-branca (Bemisia tabaci):
- Fase de ocorrência: Emergência até os primeiros capulhos.
- Danos: Deformação de folhas, transmissão de viroses, excreção de mela, favorecendo fumagina.
- Manejo:
- Destruição de hospedeiros e plantas soqueiras.
- Uso de fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana, Cordyceps sp.).
- Controle biológico com parasitoides (Encarsia spp.) e predadores (crisopídeos, joaninhas).
- Aplicação de inseticidas seletivos.
- Pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii):
- Fase de ocorrência: Germinação até os primeiros capulhos.
- Danos: Enrugamento de folhas, deformação de brotos, transmissão de vírus.
- Manejo:
- Variedades resistentes.
- Preservação de inimigos naturais.
- Uso de inseticidas específicos.
- Tripes (Frankliniella schultzei):
- Fase de ocorrência: Emergência até 30 dias.
- Danos: Deformação de folhas, morte de gemas apicais.
- Manejo:
- Tratamento de sementes com inseticidas.
- Uso de percevejos predadores (Orius insidiosus).
- Aplicação localizada de inseticidas.
- Cochonilha-do-algodoeiro (Phenacoccus solenopsis):
- Fase de ocorrência: Florescimento até o final do ciclo.
- Danos: Sucção de seiva, morte de plantas, excreção açucarada.
- Manejo:
- Irrigação em períodos secos.
- Controle biológico com azadiractina.
- Aplicação de inseticidas.
- Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea):
- Fase de ocorrência: Emergência até 40 dias.
- Danos: Sucção de seiva nas raízes, murchamento, morte de plantas.
- Manejo:
- Subsolagem e aração após a colheita.
- Rotação de culturas.
- Percevejo-marrom (Euschistus heros):
- Fase de ocorrência: Florescimento até formação de capulhos.
- Danos: Deformação de botões florais, contaminação das fibras.
- Manejo:
- Controle biológico com parasitoides (Trissolcus basalis).
- Uso de inseticidas específicos.
Considerações Finais
O manejo integrado de pragas no algodoeiro é essencial para garantir alta produtividade e sustentabilidade. Estratégias como monitoramento contínuo, práticas culturais adequadas e integração de métodos biológicos, químicos e culturais são fundamentais. Assim, é possível reduzir o impacto das pragas, aumentar a qualidade da fibra e maximizar a rentabilidade do cultivo.
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