Conservação do solo: conheça algumas práticas conservacionistas
- 05/04/2024
O solo é um dos recursos mais vitais para a agricultura, desempenhando um papel fundamental na produção de alimentos. É o alicerce sobre o qual a agricultura se apoia, fornecendo suporte físico, água, nutrientes e habitat para as plantas. De fato, é amplamente reconhecido como o segundo fator mais crucial para a produção agrícola, ficando atrás apenas do clima.
Como está a situação dos nossos solos?
Somente 10% dos solos estão melhorando e aumentando o seu potencial produtivo, enquanto que 30% estão perdendo o seu potencial produtivo.
É claro que em um primeiro momento a fertilização dos nossos solos, a correção ela proporciona um aumento de produtividade, mas ao longo do cultivo podemos perder esse potencial e anular parte desse ganho, e isso ocorre especialmente pela compactação, declínio da matéria orgânica e redução da atividade microbiológica do solo.
Pilares da saúde do solo
A saúde do solo é fundamental para a sustentabilidade e produtividade dos ecossistemas terrestres. Ela é mantida por uma interação complexa entre diversos fatores, com destaque para os três pilares principais: os atributos físicos, químicos e biológicos. Cada um desses pilares desempenha um papel crucial na manutenção da fertilidade, estrutura e funcionamento do solo.
Atributo físico:
- Estrutura do solo
- Agregação
- Aeração
- Infiltração e armazenagem de água
Atributo químico:
- Disponibilidade de nutrientes;
- pH ótimo
- Equilíbrio de nutrientes
- Ausência de elementos tóxicos
- Formação de perfil favorável ao desenvolvimento da raiz
Atributo biológico:
- Diversidade de organismos
- Ciclagem de nutrientes
- Biodisponibilização de nutrientes
- Supressão de patógenos
- Promotores de crescimento vegetal
Os 4 princípios da saúde do solo
1- Minimizar o preparo do solo
2- Maximizar a cobertura
3- Maximizar a biodiversidade, rotação de culturas e plantas de cobertura
4- Maximizar a presença de raízes ativas
Problemas de degradação do solo
A degradação do solo é um processo complexo, influenciado por fatores físicos, químicos e biológicos. Práticas agrícolas inadequadas, desmatamento e uso intensivo de produtos químicos são algumas das causas desse fenômeno. Seus impactos na agricultura são significativos, afetando a produtividade das culturas, a qualidade dos alimentos e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
Princípios básicos em manejo e conservação do solo
A conservação do solo representa o conjunto de práticas agrícolas que têm por finalidade conservar ou recuperar as condições físicas, químicas e biológicas do solo, por meio de sistemas de manejo capazes de controlar a ação dos agentes responsáveis pela degradação do solo e/ou condicionantes do processo erosivo.
Para o manejo racional dos solos devem ser adotadas medidas que visem otimizar seu potencial de uso, ou seja, práticas que sejam ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis.
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma prática agrícola que envolve alternar diferentes culturas em uma mesma área ao longo do tempo.
Esta técnica ajuda a melhorar a fertilidade do solo, reduzir a erosão, controlar pragas e doenças, e aumentar a produtividade agrícola.
Além disso, a rotação de culturas pode contribuir para a diversificação da produção agrícola, aumentando a resiliência dos sistemas agrícolas a condições climáticas adversas e a flutuações de mercado.
Plantio direto
O plantio direto, também conhecido como semeadura direta, é uma técnica de manejo do solo que envolve o cultivo de culturas sem a necessidade de arar ou revolver o solo.
Esta prática ajuda a reduzir a erosão do solo, conservar a umidade do solo, aumentar a matéria orgânica, melhorar a estrutura do solo e reduzir os custos de produção agrícola.
O plantio direto também pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, pois ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa associadas ao revolvimento do solo.
Cobertura do solo
A cobertura do solo envolve o uso de materiais orgânicos para cobrir a superfície do solo entre as fileiras de culturas.
Esta técnica ajuda a reduzir a erosão do solo, conservar a umidade do solo, suprimir o crescimento de ervas daninhas, melhorar a fertilidade do solo e promover a biodiversidade.
Além disso, a cobertura do solo pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, pois ajuda a aumentar o sequestro de carbono no solo e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Controle de erosão
O controle de erosão inclui uma variedade de práticas e técnicas destinadas a reduzir a perda de solo causada pela erosão. Estas práticas podem incluir a implementação de terraços, a construção de barreiras vegetais, o plantio de culturas de cobertura, o uso de práticas de conservação do solo e a adoção de técnicas de manejo de água. O controle de erosão é crucial para proteger a fertilidade do solo, conservar os recursos naturais e promover a sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
O terraceamento na agricultura
O terraceamento é uma prática milenar na agricultura, que consiste na construção de terraços ou degraus em encostas de terrenos inclinados. Essa técnica visa minimizar a erosão do solo, promover a retenção de água e aumentar a produtividade agrícola em áreas montanhosas ou em declive.
O manejo conservacionista adota práticas que visam proteger e promover a saúde do solo, alinhadas com os pilares mencionados. Ao implementar técnicas como o plantio direto, a rotação de culturas, o uso de plantas de cobertura e a minimização do preparo do solo, os agricultores podem melhorar a qualidade do solo, aumentar a sua produtividade e reduzir os impactos ambientais negativos associados à agricultura convencional. Dessa forma, o manejo conservacionista representa uma abordagem sustentável e eficaz para garantir a saúde do solo e a viabilidade dos sistemas agrícolas a longo prazo.
Elaboramos um podcast para entender mais sobre o tema, que será conduzido pela Daniela Lorenzon. Ouça agora clicando no link abaixo: