Cigarrinha do milho: Danos, identificação e estratégias de controle
- 17/01/2024
A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) representa uma praga causadora de danos sérios em plantações, provocando perdas significativas na produção.
Este artigo trata dos danos pela cigarrinha, métodos de identificação e estratégias de controle eficazes para reduzir impactos negativos em lavouras de milho.
Características da cigarrinha-do-milho
Inseto sugador, a cigarrinha-do-milho pertence à ordem Hemiptera e à família Cicadellidae, com distribuição geográfica na América do Norte, Central e do Sul.
O adulto mede entre 3mm e 4mm e exibe coloração esbranquiçada, branco-palha ou acinzentada. As ninfas têm coloração amarelo-pálida.
Eles depositam ovos dentro do tecido vegetal, na nervura central. Adultos e ninfas sugam a seiva das folhas na região do cartucho, comprometendo o desenvolvimento das plântulas e do sistema radicular, além de transmitir doenças.
Sua influência na plantação destaca-se, pois infesta o milho em qualquer estágio de desenvolvimento, especialmente durante a expansão do cultivo do milho safrinha. Sua significância transcende a simples alimentação, atuando como vetor para diversas doenças, incluindo o enfezamento pálido e a virose do raiado fino.
Identificação da cigarrinha do milho
A identificação precoce da cigarrinha é essencial para o manejo eficaz. As características distintivas abrangem corpo pequeno, asas transparentes, olhos proeminentes e antenas curtas. A presença de adultos e ninfas na face inferior das folhas, assim como a excreção de excrementos (melaza), indica a presença da cigarrinha.
Danos causados pela cigarrinha
Os danos variam conforme o número de plantas doentes e a época de infestação. Infestações precoces resultam em danos como internódios curtos, planta pequena e improdutiva, espigas pequenas, falhas na granação, secamento precoce da planta atacada, grãos chochos, proliferação de espigas, brotamento nas axilas das folhas, emissão de perfilhos na base das plantas, má-formação das palhas das espigas, proliferação de radículas, colonização de outros patógenos causando acamamentos e perda total de produção.
A cigarrinha do milho, principal vetor do fitoplasma causador do enfezamento do milho, apresenta sintomas como amarelecimento e enrolamento das folhas, nanismo das plantas, redução na produção de grãos e, em casos extremos, morte da planta. Além disso, sua saliva tóxica pode causar danos diretos aos tecidos das plantas, afetando seu desenvolvimento saudável.
Os enfezamentos, doenças do milho causadas por molicutes (classe Mollicutes-Reino Bacteria), incluem espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e fitoplasma (Maize bushy stunt). Existem dois tipos: enfezamento-pálido (por espiroplasma) e enfezamento-vermelho (por fitoplasma).
Molicutes invadem e multiplicam-se nos tecidos do floema da planta de milho, transmitidos de plantas doentes para sadias pela cigarrinha Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae).
Enfezamento pálido e vermelho do milho
O enfezamento pálido, causado por um espiroplasma, desenvolve lesões em forma de estrias cloróticas nas folhas. Já o enfezamento vermelho, causado por um fitoplasma, apresenta sintomas de lesões avermelhadas no ápice e nas bordas das folhas, secamento da margem para o centro e desenvolvimento de brotos axilares.
Estratégias de controle
Controle cultural:
- Rotação de culturas interrompe o ciclo de vida da cigarrinha.
- Eliminação de plantas hospedeiras alternativas reduz o habitat favorável à praga.
Controle biológico:
- Introdução de inimigos naturais equilibra biologicamente através de predadores e parasitoides específicos.
- Aplicação de fungos entomopatogênicos ataca a cigarrinha, poupando outros organismos benéficos.
Controle químico:
- Aplicação controlada de inseticidas específicos minimiza impactos ambientais.
- Monitoramento constante com armadilhas determina o momento ideal para aplicar inseticidas.
O manejo eficaz da cigarrinha do milho combina estratégias culturais, biológicas e químicas, destacando a importância da identificação precoce e práticas agrícolas sustentáveis na redução dos danos causados pela praga.