Entenda como acontece o manejo integrado de pragas no algodão

O algodão representa uma das culturas de maior importância econômica no mundo, fornecendo matéria-prima essencial para a indústria têxtil. Contudo, a produção de algodão enfrenta diversos desafios, com o manejo de pragas sendo um aspecto crítico para assegurar colheitas saudáveis e sustentáveis.

Nesse contexto, destaca-se o Manejo Integrado de Pragas (MIP) como abordagem eficaz para controlar pragas e minimizar impactos negativos no ambiente e na produção.

Principais pragas:

Fase vegetativa: Lagarta-elasmo, lagarta-rosca, broca-da-raiz, percevejo-castanho, tripes, pulgão, cigarrinhas, formigas-cortadeiras, lagarta-curuquerê, lagarta-falsa-medideira, bicudo, lagarta-da-maçã.

Florescimento e frutificação: Bicudo, pulgão, lagarta-das maçãs, lagarta Spodoptera, percevejos, ácaro-branco, ácaro-rajado, lagarta-curuquerê, lagarta-falsa-medideira, lagarta-rosada, broca-da-haste, cochonilhas.

Maturação: Bicudo, pulgão, lagarta Spodoptera, lagarta-rosada, lagarta-curuquerê, lagarta-falsa-medideira, broca-da-haste, mosca-branca, ácaro-rajado, ácaro-branco.

Manejo Integrado de Pragas:

Para empregar o MIP, o responsável pelo manejo de pragas deve conhecer:

1. As principais pragas que atacam a cultura e seus inimigos naturais;
2. A interação entre pragas e inimigos naturais;
3. A influência de fatores climáticos na dinâmica populacional da praga;
4. Os níveis de controle das pragas;
5. Técnicas de monitoramento das populações de pragas na área cultivada;
6. Métodos de controle mais adequados e eficientes;
7. A tomada de decisão para controlar a praga com base nas informações coletadas.

Táticas de controle:

As principais táticas de controle de pragas na cultura do algodoeiro incluem:

• Cultural: Semeadura em época favorável, respeitando a janela de cultivo e o vazio sanitário, destruindo soqueiras, plantas guaxas e rebrotas conforme a legislação;
• Resistência de plantas: Uso de variedades resistentes aos insetos, incluindo as geneticamente modificadas;
• Comportamental: Uso de feromônios para atrair e capturar adultos das pragas;
• Biológico: Aplicação de inseticida biológico à base de Bacillus thuringiensis, fungos ou vírus;
• Químico: Uso de inseticidas/acaricidas químicos em pulverização ou tratamento de sementes.

Monitoramento:

O sucesso no controle de pragas começa com um bom monitoramento, identificando corretamente as pragas, sua fase de desenvolvimento e nível de infestação.

Intervalos entre amostragens: Sugere-se três intervalos diferentes, dependendo da fase de desenvolvimento da cultura:

1. Da emergência ao primeiro botão floral: intervalo de até cinco dias;
2. Do primeiro botão floral ao primeiro capulho: intervalo de até três dias;
3. Do primeiro capulho à colheita: intervalo de até cinco dias.

Medidas Pré-Plantio:

1. Levantamento do histórico de infestação;
2. Mapeamento dos focos de entrada e saída do bicudo;
3. Planejamento e execução de medidas de controle diferenciadas;
4. Monitoramento de áreas de soja que sucedem o algodão;
5. Armadilhamento entre 30-60 dias antes do plantio;
6. Concentração do calendário de semeadura;
7. Treinamento de monitores.

Medidas Pós-Plantio:

1. Aplicação de inseticida em bordadura em áreas de primeira safra;
2. Aplicação em áreas em fase vegetativa;
3. Inspeção visual semanal;
4. Aplicação obrigatória no surgimento dos primeiros botões florais;
5. Aplicação no surgimento da primeira flor e do primeiro capulho;
6. Realização de colheita rápida e eficiente;
7. Destruição dos restos culturais;
8. Cumprimento do vazio sanitário;
9. Uso de tubos mata-bicudo;
10. Carregamento adequado de cargas e limpeza de acessos e rodovias.

O Manejo Integrado de Pragas na cultura do algodão promove a sustentabilidade da produção, minimizando impactos negativos no ambiente e garantindo colheitas saudáveis e viáveis economicamente. A combinação de práticas culturais, monitoramento eficiente e uso racional de medidas de controle contribui para sistemas agrícolas mais resilientes e sustentáveis.