Gráfico de Malavolta: a disponibilidade de nutrientes no solo em função do pH
- 18/01/2023
A acidez possui impacto em diversos componentes da produtividade do solo, e além de ser tóxica para todo tipo de vida que agrega à agricultura, possui um grande impacto sobre a dinâmica e disponibilidade dos nutrientes no solo. O professor Eurípedes Malavolta mostra, de forma visual, a relação entre os nutrientes e o pH da solução do solo:
Neste gráfico, conseguimos perceber de forma clara que a maioria dos nutrientes possui uma disponibilidade crescente de acordo com o aumento do pH, até chegar na faixa de 6 (em água), o que explica essa faixa ser considerada a faixa ideal de pH para as culturas comerciais. Além disso, podemos verificar que a disponibilidade de alguns nutrientes caem conforme o pH aumenta, como no caso dos micronutrientes catiônicos. Contudo estes mesmos nutrientes podem causar toxicidade às plantas, caso sejam muito disponíveis.
Por fim, mas ainda de extrema importância, temos o alumínio: sua disponibilidade também diminui conforme o aumento do pH, uma vez que forma compostos insolúveis, que não podem ser absorvidos pelas plantas.
A classificação e entendimento de cada uma dessas curvas possui suas particularidades, e não serão discutidas neste livro. Contudo, pode-se verificar que, em pH longe da faixa ideal, normalmente com acidez elevada, é impossível que se atinja um bom potencial genético e de produtividade. A correção da acidez é fundamental!
Este raciocínio de que não é suficiente que os nutrientes estejam disponíveis em quantidades e concentrações adequadas, mas que é necessário estarem disponíveis para a absorção e assimilação, nos traz mais alguns pontos para serem trabalhados. Além disso, não podemos esquecer que, conforme apontado anteriormente, os solos possuem um potencial de produtividade, ou seja, um máximo que conseguem entregar, mantidas as condições ideais.
Dentre as classificações possíveis, temos uma maneira mais simples – e visual – de entender como esse potencial se dá. Vale ressaltar que, neste caso, o gráfico analisa seguindo as condições químicas subsuperficiais. Essas condições, diferentemente das condições superficiais, são mais difíceis de serem alteradas, e exigem um manejo diferenciado, uma vez que alguns nutrientes de baixa mobilidade no perfil não chegam com facilidade na subsuperfície.